5×4 ou 7×1?

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O Esporte, qualquer que seja o campo, quadra ou piscina, ensina muito ao ser humano. E os esportes coletivos mais ainda, porque lidam com outras variáveis, tais como espírito de equipe, solidariedade, confianças recíprocas, práticas de inspiradas lideranças e, vamos admitir, um elevado padrão de humildade.

No domingo passado (05/05/2019), em Porto Alegre, o time do Fluminense deu uma demonstração de possuir virtudes que surpreenderam sua própria torcida, a mídia especializada e todo mundo que gosta de futebol neste país de 200 milhões de torcedores.
O time entrou em campo carregando nas mãos a lanterna da famosa “zona de rebaixamento”, com duas derrotas nos jogos iniciais da tabela.

Do outro lado, o Grêmio, jogando em casa, também tímido no início do Brasileirão, mas contando com sucesso. Que veio logo, pois com 20 minutos de jogo vencia por 3 a 0, um jogo que parecia definido.

Nelson Rodrigues, tricolor de coração, não precisaria sair do Purgatório, para pedir o auxílio, sempre eficaz, do Sobrenatural de Almeida, seu personagem famoso, treinado para mudar o destino de muitas partidas.

Perdendo de 3, o Fluminense continuou tocando a bola e, aí começa o milagre  (não, não foi milagre), em apenas 11 minutos faz três gols e empata o jogo!

Primeiro ponto positivo de uma virada épica: o Fluminense teve o mérito de não abandonar a essência do seu jogo, ofensivo, baseado na troca de passes. Não se desesperou, continuo jogando seu bem fraco padrão, mas acreditando. Resultado: descontou com Yony Gonzales após boa tabela entre Caio Henrique e Luciano e “achou” o segundo gol (marcado por Luciano), na falha do goleiro Júlio César.

Claro que no intervalo o técnico Fernando Diniz mostrou talento. Veja o que ele disse:

“começamos com linha de quatro atrás e com três volantes por dentro. Uma linha de quatro, uma linha de cinco e o Luciano na frente. A gente mudou no intervalo, com duas linhas de quatro e adiantando o Luciano com o Yony na frente. Fizemos uma pressão mais organizada. Isso funcionou muito bem”.

No segundo tempo, o Fluminense empata o jogo e logo em seguida passa à frente: 4 a 3!
Faltava uma eternidade para o jogo acabar e o Grêmio fez seu quarto gol.

A partida já tinha tudo para ser vista e comentada como sensacional, ainda que todo mundo saiba que ainda faltam centenas de jogos.

E para premiar o esforço, a insistência, a paciência e a dedicação, o Fluminense, já nos minutos finais de acréscimo marca o quinto gol, autoria do mesmo Yoni, que começara a reação.

Os deuses do futebol estavam no estádio e aplaudiam de pé!

Me perdoem, mas eu me lembrei do dia 8 de julho de 2014. Em apenas 20 minutos, o time da Alemanha fez cinco gols na tão sonhada seleção brasileira.
E nosso time se perdeu, lembram?

Não sei o que pode acontecer ao Fluminense no Brasileirão deste ano. Pode até ser rebaixado, como parecia inevitável, depois dos dois primeiros jogos.

Pode ficar numa posição medíocre, como a que ocupou no ano passado.
Mas uma coisa é certa: já disse a que veio!

Saudações tricolores.

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