Rito de Passagem

Square

Quero reviver a emoção sentida pelo menino da favela, chegando para treinar em clube grande, e sendo chamado para voltar, deu tudo certo, comeu a bola, fez um gol incrível.

Preciso resgatar a memória do monge, ordenado para rezar sua primeira missa, sentindo nas mãos tremulas a força da fé, o alcance da oração, a luz divina.

Não será inútil tentar redescobrir o medo de quem salta, vez primeira, e vê o paraquedas se abrir, na queda livre, como previsto.

E o que dizer da lembrança, já saudosa, do juiz, quando lavrou uma sentença primorosa e fez Justiça, sua missão perene.

Preciso até imaginar a timidez do tribuno em seu primeiro discurso, após eleito, e prometendo, profissão de fé, manter-se honesto, mesmo entre ímpios.

Não me custa avaliar o temor do ator em seu papel inédito, não mais coadjuvante, e sim cercado pelo sonho de sucesso, tantas vezes perseguido.

Exijo conhecer aquela dor do parto, momento culminante do amor eterno, que as mães praticam com humildade.

E se tudo isso não fizer qualquer sentido, vou agradecer a Poesia me permitir criar, com disciplina e estilo, ideias como esta.

Os rituais de passagem que a Vida oferece merecem revisita, eterno aprendizado.

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